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Aula 1

 

 

 

 

 

                       

 

 

 

                                                     
 
Eletrostática - Histórico

       Como tudo começou

   

       Foi na Grécia Antiga que começou o interesse do ser humano pela eletricidade. Em 600 a.C, Tales de Mileto (625 – 547 aC) observou um fenômeno interessante com o âmbar ( uma resina natural). O âmbar chamado pelos gregos de eléktron, quando atritado contra a pele de um animal como o gato, por exemplo, adquiria a capacidade de atrair pêlos, fios de palha e penugens. Esse fenômeno, muito conhecido hoje, passou séculos sem ser incluído em nenhum campo de estudo da ciência. Até que...

        O estudo sistemático desses fenômenos foi retomado por volta de 1600. O inglês William Gilbert (1544 – 1603) foi o primeiro a utilizar o termo elétrico, derivado do grego eléktron. Ele verificou que certas substâncias, ao serem atritadas, tal como o âmbar adquiriam a capacidade de atrair objetos leves.       Hoje sabemos se tratar de fenômenos de eletricidade estática.

         Essa propriedade interessou o alemão Otto von Guerick (1602 – 1686) que construiu uma maquina eletrostática com a qual verificou que a eletricidade podia passar de um corpo para outro. Um corpo carregado eletricamente, ao encostar em outro corpo, pode se neutralizar.

      

         Em 1729, outro inglês, Stephen Gray ( 1666 – 1736) ao fazer experiências com materiais constatou que a eletricidade podia ser conduzida em um fio, dependendo do material do qual esse fio era feito. Assim surgiram as conhecidas denominações de: condutor para os metais como o cobre, a prata e o ferro; e isolante para o vidro, a borracha, a seda e a lã. Tais denominações de condutor e isolante correspondem a uma verificação experimental: quando um corpo carregado é conectado a outro, por um fio de material condutor,o outro se torna carregado . Mas sendo o fio de material isolante, isto não ocorre.

        Charles Du Fay (1698 – 1739) evidencia dois comportamentos diferentes (vidro – resina )eletricidade vítrea e eletricidade resinosa.

  Princípios da atração e repulsão:

- corpos com eletricidade do mesmo tipo se repelem e corpos com eletricidade de tipos diferentes se atraem, o termo eletricidade posteriormente é substituído por carga elétrica.

  

         Benjamim Franklin (1706 – 1790) cria o termo eletricidade positiva para designar a eletricidade vítrea e eletricidade negativa para designar eletricidade resinosa.

 Teoria do fluido elétrico:

 - maior quantidade de fluido elétrico: vidro- positiva

-menor quantidade de fluido elétrico: resina – negativo

- neutro quantidade normal de fluido elétrico

As novas transformações

       O estudo moderno da eletricidade teve seu inicio quando, em 1800, o italiano Alessandro Volta ( 1745 – 1827 )construiu a primeira pilha. Sabemos que a pilha, quando conectada, fornece energia elétrica. Em seu interior, ocorrem reações químicas nas quais as substâncias envolvidas tornam isso possível. A grande novidade introduzida pela pilha foi a observação de uma nova transformação associada a essa nova forma de energia: a eletricidade. Na pilha ocorre a transformação da energia química, das substâncias constituintes da pilha, em eletricidade. Com a pilha foram construídos os primeiros circuitos elétricos onde a eletricidade estava em movimento controlado, a corrente elétrica.

   

        E, em 1820, o físico dinamarquês Hans Christian Oersted (1777 – 1851) observou pela primeira vez a relação entre as correntes elétricas e os fenômenos magnéticos. Ele percebeu que a agulha de uma bússola desviava –se do ponto Norte, para qual sempre aponta, quando colocada  sob um fio percorrido por uma corrente elétrica. Sabemos que a agulha da bússola é magnética, ou seja, se orienta pelo campo magnético da Terra. Portanto, se ela era desviada ao ser colocada próxima a uma corrente elétrica,isso significa que a corrente através de um condutor gera um campo magnético ao seu redor.

    A partir de então ocorreu o desenvolvimento da chamada eletricidade pratica.

       A possibilidade de magnetizar um material através da corrente elétrica foi a próxima tentativa dos cientistas da época. Se o material tivesse as características necessárias para se tornar magnético, ele podia se imantar ao ser colocado próximo a uma corrente elétrica. Isso se concretizou pelas mãos do francês André Marie Ampère (1775 – 1836 ) na construção do primeiro eletroímã, onde um imã é produzido pela passagem da eletricidade.

    

       Foi então que o inglês  Michael Faraday (1791 – 1867 )observou um fenômeno simétrico a esse: a indução magnética. Ele verificou de maneira análoga, ao movermos um imã na proximidade de um condutor, surge uma corrente elétrica neste condutor.

      A partir desses fenômenos, chamados de fenômenos eletromagnéticos, surgiram os dínamos: geradores mecânicos de eletricidade ( utilizados nos primeiros telefones e telégrafos). No dínamo, um conjunto de condutores é enrolado convenientemente ao redor de uma peça móvel ( o rotor ) que gira sobre uma ação mecânica ( da manivela girada pela mão, por exemplo). Esse movimento do rotor faz surgir então a corrente elétrica. Mais uma transformação estava em uso: a energia cinética do movimento da manivela, através do fenômeno da indução, se transformava em energia elétrica.

 

       James Clerk Maxwell (1831 — 1879) foi um físico e matemático escocês. É mais conhecido por ter dado forma final à teoria moderna do eletromagnetismo, que une a eletricidade, o magnetismo e a óptica. Esta é a teoria que surge das equações de Maxwell, assim chamadas em sua honra e porque foi o primeiro a escrevê-las juntando a lei de Ampère, modificada por Maxwell, a lei de Gauss, e a lei da indução de Faraday. Maxwell demonstrou que os campos elétricos e magnéticos se propagam com a velocidade da luz.

      Ele apresentou uma teoria detalhada da luz como um efeito eletromagnético, isto é, que a luz corresponde à propagação de ondas elétricas e magnéticas, hipótese que tinha sido posta por Faraday. Foi demonstrado em 1864 que as forças elétricas e magnéticas têm a mesma natureza: uma força elétrica em determinado referencial pode tornar-se magnética se analisada noutro, e vice-versa. Ele também desenvolveu um trabalho importante em mecânica estatística, estudou a teoria cinética dos gases e descobriu a distribuição de Maxwell-Boltzmann. Seu trabalho em eletromagnetismo foi a base da relatividade restrita de Einstein e o seu trabalho em teoria cinética de gases fundamental ao desenvolvimento posterior da mecânica quântica.

 

          Samuel Finley Breese Morse (1791 - 1872) foi um pintor e inventor americano. Depois de ter estabelecido sua reputação como pintor de retratos, em sua idade média Morse contribuiu para a invenção de um sistema de telégrafo de fio único baseado em telégrafos europeus. Ele foi um co-desenvolvedor do código Morse e ajudou a desenvolver o uso comercial da telegrafia.

            Roberto Landell de Moura (1861–1928) foi um padre católico, cientista e inventor brasileiro.

         Teve sólida formação cultural e científica, e formou-se sacerdote em Roma. Voltando ao Brasil, passou a desenvolver sua carreira eclesiástica, sendo indicado para diversas paróquias nos estados do Rio Grande do Sul e São Paulo.

          Landell de Moura, no entanto, é mais conhecido pelo seu pioneirismo na ciência da telecomunicação, tendo desenvolvido uma série de pesquisas e experimentos que o colocam como um dos primeiros a conseguir a transmissão de som e sinais telegráficos sem fio por meio de ondas eletromagnéticas, o que daria origem ao telefone e ao rádio, senão o primeiro de todos, o que ainda é motivo de polêmicas. Vários testemunhos afirmam que ele vinha realizando testes bem sucedidos em ambas as modalidades de transmissão desde 1893 ou 1894, mas a documentação sobre esses primeiros experimentos é pobre e a data é disputada. O seu primeiro registro inconteste, documentado publicamente, é de 3 de junho de 1900, testando com sucesso aparelhos que transmitiram sem fio sons e sinais telegráficos. No Brasil ele usualmente é considerado o pioneiro em nível mundial. Nos outros países sua realização permanece largamente ignorada, embora um crescente número de fontes estrangeiras estejam aceitando sua primazia. Também deixou projetos que apontam seu pioneirismo na transmissão de imagens sem fio, sendo considerado nacionalmente um precursor da televisão e das fibras ópticas, mas também nestes campos a documentação sobrevivente não é muito clara, e internacionalmente sua contribuição nesta área específica caiu num esquecimento quase total. Demonstrou paralelamente algum interesse pela homeopatia, pela psicologia e pelo espiritismo, abordados pelo viés da ciência.

       Patente norte americana do telefone sem fio - patente do telégrafo sem fio.

      Teve muitas dificuldades técnicas e financeiras para desenvolver suas pesquisas, trabalhou a maior parte do tempo sozinho e encontrou muita resistência e incredulidade por parte de autoridades e da população, o que impediu que seu reconhecimento em vida fosse mais amplo, mas em certas esferas sua estatura científica foi devidamente apreciada e sabe-se que rejeitou oportunidades de divulgar seus inventos. Assim, a ideia popular que se formou em torno dele como um perseguido, injustiçado e sofrido cientista enfrentando um mundo insensível e obscurantista, se tem uma parte de verdade, tem também seu lado de mito romântico. A sua biografia ainda tem muitas lacunas e do seu legado científico apenas parte foi estudado, havendo muita documentação autógrafa ainda por explorar. Seja como for, no Brasil já recebeu uma série de homenagens e reconhecimentos oficiais. É cidadão honorário da cidade de São Paulo, patrono da Ciência, da Tecnologia e da Inovação do município de Porto Alegre, patrono dos radioamadores brasileiros, e em 2012, por decreto presidencial, seu nome foi inscrito no Livro dos Heróis da Pátria.

 

    

      Em 1879, o norte-americano Thomas Alva Edison (1847 – 1931 )tendo observado que a corrente elétrica aquece  o condutor por ela percorrido , deu utilidade a mais essa transformação. A eletricidade pode se transformar em calor e, dependendo das condições desse material, ele pode se aquecer até ficar rubro, ou seja, emitir luz. E foi o que fez Thomas Edison ao inventar a primeira lâmpada: utilizou a transformação de energia elétrica em luz.    

  

 

          Nicola Tesla (1856 – 1943 ) foi um inventor nos campos da engenharia mecânica e eletrotécnica, de etnia sérvia nascido na aldeia de Smiljan, Vojna Krajina, no território da atual Croácia. Tesla é muitas vezes descrito como um importante cientista e inventor da modernidade, um homem que "espalhou luz sobre a face da Terra". É mais conhecido pelas suas muitas contribuições revolucionárias no campo do eletromagnetismo no fim do século XIX e início do século XX. As patentes de Tesla e o seu trabalho teórico formam as bases dos modernos sistemas de potência elétrica em corrente alternada (AC), incluindo os sistemas polifásicos de distribuição de energia e o motor AC, com os quais ajudou na introdução da Segunda Revolução Industrial.

        Depois da sua demonstração de transmissão sem fios (rádio) em 1894 e após ser o vencedor da "Guerra das Correntes". Muitos dos seus primeiros trabalhos foram pioneiros na moderna engenharia eletrotécnica e muitas das suas descobertas foram importantes a desbravar caminho para o futuro.

A unidade do Sistema Internacional de Unidades (SI) que mede a densidade do fluxo magnético ou a indução eletromagnética (geralmente conhecida como campo magnético "B"), o tesla, foi nomeada em sua honra (na Conférence Générale des Poids et Mesures, Paris, 1960), assim como o efeito Tesla da transmissão sem-fio de energia para aparelhos eletrônicos com energia sem fio, que Tesla demonstrou numa escala menor (lâmpadas elétricas) já em 1893 e aspirava usar para a transmissão intercontinental de níveis industriais de energia no seu projeto inacabado da Wardenclyffe Tower.